Vamos migrar para a cloud. Tarefa simples, certo?

Publicado a 1/28/2014 por Knowledge Inside em Opiniao
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Da minha experiência, não é nada invulgar numa média Empresa, ser o próprio CEO a questionar a Direção de TI sobre a viabilidade de mover os recursos para cloud: “Vamos migrar para a cloud. Tarefa simples, certo?”

Certo que uma solução cloud, para além de moderna e “sexy”, pode baixar consideravelmente os custos com a infraestrutura de TI. Os custos serão também mais previsíveis e proporcionais à dimensão da Organização. Mas (há sempre um “mas”) uma estratégia de cloud deve ser planeada para ir ao encontro do que a organização necessita do ponto de vista operacional e das expectativas dos seus CxOs.

Na minha função de Profissional de TI, mais propriamente de arquiteto de sistemas, cabe-me muitas vezes a tarefa de desenhar soluções cloud ou hibridas que cumpram as expectativas da Organização.

Normalmente, estes projetos começam como projetos de consultoria que procuram verificar não só se a “Tarefa é simples” mas também se é viável. Reconheço que, ao falar de consultoria já começamos a complicar o que para a administração seria uma simples tarefa, mas um dos objetivos é que com uma análise mais ou menos complicada se encontre a solução de migração mais simples possível.

Neste artigo partilho a metodologia deste processo de consultoria que aqui na KI batizámos de “CLOUD TAKEOFF:”

1. Recolha, Enumeração e Análise de requisitos e constrangimentos (técnicos e de negócio) na migração para a Cloud



É nesta fase que procuramos perceber se a cloud é uma solução adequada ao perfil da Empresa. Este é um processo de recolha de informação através de questões como:

◼ É necessário assegurar um backup externo regular à solução cloud, que permita repor a infraestrutura num outro provider ou local?
◼ Existe algum constrangimento na adoção de soluções de serviços partilhados/public cloud?
◼ A solução deve à partida estar restringida ao alojamento em território Nacional / Europeu?
◼ Qual a política a seguir em relação à gestão dos PCs locais? BYOD?

Para além das respostas a questões como estas, é necessário identificar quer do ponto de vista técnico quer do ponto de vista do licenciamento de que forma os sistemas que o cliente procura endereçar no âmbito da migração são viáveis na Cloud.

Analisamos também de uma forma global toda a infraestrutura e aplicações de forma a contextualizar o ambiente e identificar sistemas candidatos à migração.

Reunida toda a informação, estamos em condições de fechar o âmbito e partir para o próximo passo.

2. Construção de cenários de migração para Cloud, elaboração de tabela comparativa (Prós e Contras)



De acordo com o âmbito, os requisitos e constrangimentos identificados é desenhada a solução numa abordagem de cenários.

A construção de cenários é importante, pois nesta fase poderá ainda não estar totalmente fechado o modelo Cloud a seguir.

Após finalizados, os cenários são discutidos e ajustados numa apresentação à empresa com a finalidade de se chegar a uma solução confortável para a Organização.

3. Análise de possíveis fornecedores

Concluídas as fases um e dois, são identificados os Cloud Providers que podem responder à solução pretendida.

4. Apoio no pedido de propostas a fornecedores de acordo com os cenários e requisitos traçados

O apoio consiste normalmente na elaboração de um documento explicativo da solução e os seus requisitos específicos para ser incluído no RFP a enviar aos fornecedores.
Segue-se o acompanhamento nas reuniões de apresentação de proposta e esclarecimento de dúvidas com os fornecedores.

5. Elaboração de tabela comparativa das propostas e apoio à decisão

O processo termina com a comparação de propostas e o apoio à decisão.

Após estas cinco fases, estamos em crer que a organização terá optado pela mais adequada solução Cloud e estará pronta para a Migração. Migração que endereçarei num próximo artigo de Opinião.

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