Testámos o Windows 365 e gostámos!

Publicado a 3/31/2022 por Knowledge Inside em Review
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A oferta de Cloud PC da Microsoft chegou com muito alarido ao mercado e com a promessa de simplicidade em relação ao Windows Virtual Desktop (WVD). Quase um ano depois, a solução está agora mais madura e os nossos testes deixaram-nos com vontade de ir mais além.

CloudPC, Hosted Desktop, Remote Desktop, Virtual Desktop, vários conceitos que para o utilizador se traduzem numa solução, um Desktop Windows remoto, alojado algures num datacenter, ao qual podemos aceder independentemente do local ou dispositivo que estamos a utilizar.

Na Knowledge Inside este tipo de soluções está no nosso ADN. O nosso nível de “expertise” é alto e deriva de vários anos a operar, melhorar e suportar uma solução única no mercado português e que se assume como o derradeiro TI como um serviço para a PME, o NIODO Desktop.

Assim, depois de já alguma experiência com o WVD, que aliás faz parte da nossa estratégia de Disaster Recovery, foi com expetativa que partimos para este teste.

A Microsoft cumpre com o que promete em termos de simplicidade se aquilo que pretendemos é apenas um desktop Windows na Cloud para executar o Office. Com a versão Business do Windows 365 conseguimos de facto em poucos minutos obter o nosso Cloud PC já com o Office instalado para começar a trabalhar.

A realidade porém, é outra. O Cliente típico deste tipo de produto precisa de mais que um computador com o Office. Precisa de acesso às mais variadas aplicações internas, integração com a Active Directory e precisa de garantir a homogeneidade e segurança do posto de trabalho. Garantir que a solução está com o nível de performance e segurança desejada, quer através e monitorização direta ou através de externalização para um parceiro é também algo que muitas empresas não abdicam. Para satisfazer estes clientes a Microsoft apresenta a edição Enterprise do Windows 365, que na nossa opinião é a única que faz sentido no mundo empresarial.

Aprovisionar esta edição já apresenta outro nível de complexidade, exigindo alguma análise e planeamento. Como requisito, a infraestrutura deve estar preparada para Hybrid Azure AD Join (Azure AD Join está em Preview), precisamos de um Azure Tenant, de uma Active Directory acessível numa VNet dentro desse mesmo Tenant ou através de uma VPN S2S. Precisamos também do Microsoft Endpoint Manager configurado e associado à VNet escolhida, pois toda a gestão será efetuada a partir desta plataforma.

Depois de preparados todos os requisitos temos de escolher quais as características do CloudPC a subscrever e adquirir a licença. Para este review testámos o perfil que nos pareceu o mínimo aceitável para uma utilização moderada do Windows: 2vCPU, 4Gb de memória e 128GB de disco.

Depois de obter a licença aprovisionamos então o nosso cloud PC através do Microsoft Endpoint Manager.

Neste caso e porque falamos de um teste, utilizámos um template standard do Windows 11 com Office, no entanto é possível submeter as nossas próprias imagens customizadas criando assim uma ou mais “máquinas padrão”. Podemos também escolher a linguagem do sistema e quem são os utilizadores que vão receber o Cloud PC.

Depois de aprovisionado e atribuída a licença, resta-nos esperar que a Microsoft faça o seu trabalho e nos entregue o Cloud PC. Este processo pode demorar bastante tempo e quando terminado irá aparecer no portal como “Provisioned”.

A partir daqui o Cloud PC está pronto e o utilizador deverá se dirigir ao portal windows365.microsoft.com e a partir daí aceder diretamente pelo browser ou descarregar o cliente para o seu computador.

Após instalado o cliente podemos aceder ao Cloud PC sem ter de navegar até ao portal.

Para entrar no Cloud PC como seria de esperar utilizamos as nossas credenciais da organização e após login estamos dentro de um Windows 11 virtual que podemos aceder em qualquer computador físico.

A performance do Cloud PC testado, apesar de ter apenas 2vCPU e 4Gb de RAM é bastante aceitável, o que demonstra o investimento feito pela Microsoft na otimização da plataforma. Se bem que para uma utilização mais intensiva poderá ser mais sensato optar pela versão de 2vCPU com 8GB ou 4vCPU e 16GB

A latência é algo sempre muito importante nos acessos a desktops remotos. O Cloud PC reside no Azure e neste caso concreto na Holanda em Amesterdão o que é um motivo de preocupação pois com cerca de 50ms a separarem cada clique que damos no rato até que o mesmo seja visível no ecrã, poderia causar algum desconforto aos utilizadores mais sensíveis. Foi, no entanto, com alguma surpresa que verificámos que apesar dos constantes 50ms de latência, a mesma foi pouco percetível e totalmente tolerável no nosso uso diário do Windows 365.

O facto do Cloud PC residir em Amsterdão, acabou por se revelar o problema mais irritante deste teste, pois sempre que navegamos em sites que utilizam a localização do computador para apresentar os seus conteúdos, os mesmos são apresentados em holandês sendo por vezes complicado sequer perceber como mudar a linguagem para inglês ou português.

O acesso a recursos internos no datacenter da Knowledge Inside funcionou como esperado, dado que a máquina porta-se, em termos de conetividade, como como qualquer outra maquina que temos no nosso Azure Tenant .

Outra boa noticia foi a ausência de problemas com ecrãs de alta resolução, com o redimensionamento do ecrã ou roaming da sessão entre computadores com diferentes resoluções de ecrã. Este era um assunto problemático com o protocolo RDP da Microsoft e parece finalmente estar resolvido quer em Windows quer em Mac.

A integração com o Teams é nativa o que permite por exemplo fazer chamadas de vídeo dentro do Cloud PC.

Em conclusão o produto parece agora estar numa fase estável e com a maturidade suficiente para ser adotado com confiança pelas organizações. Parece-nos uma escolha muito acertada para as empresas que já têm grande parte dos seus sistemas e servidores no Azure ou para aquelas que planeiam a migração para a cloud da Microsoft. Tecnologicamente falando, vemos também uma grande evolução do RDP e uma maior proximidade ao HDX da Citrix, se bem que ainda longe das funcionalidades avançadas da referência em virtualização do Desktop.

Nota: Este artigo foi escrito na sua totalidade a partir do Windows 365 através de um MacBook PRO.

O que nós dizemos

Quando anunciado o Windows 365, foram várias as pessoas que me abordaram em relação a este tema e à “ameaça” que poderia ser para o nosso NIODO Desktop. Eu sempre disse que a Microsoft era bem-vinda ao universo do Desktop as a Service e que a visibilidade que a Microsoft estava a trazer para este modelo de negócio nos beneficiava mais do que prejudicava. Por outro lado, foi com satisfação que vi o modelo de negócio que a KI criou em 2009 a ser validado pelo gigante de Redmond 10 anos depois. Hoje e depois de analisar e enquadrar a solução da Microsoft, entendemos o Windows 365 não como um concorrente mais sim como uma peça adicional na nossa oferta, podendo ser até uma opção na futura evolução do próprio NIODO Desktop.

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