Garantir a segurança da informação no Office 365 é tarefa da Microsoft?

Publicado a 7/31/2019 por Knowledge Inside em Opiniao
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O Office 365 está assente em uma das infraestruturas mais seguras do mundo, com as mais reconhecidas certificações de segurança da indústria e com décadas de desenvolvimento e otimização constantes. Podemos mesmo dizer que dificilmente os seus dados estariam num local mais seguro.

A Microsoft Cloud opera mais de 100 datacenters distribuídos por 54 regiões e disponível em 140 países. Para além da região onde estão os dados, a Microsoft não revela publicamente qual o datacenter ou a sua localização específica. Assim, apenas saber de forma exata onde estão fisicamente os dados da sua organização é uma tarefa muito complicada, mesmo para uma entidade motivada. O acesso físico a estes datacenters é restrito e controlado por múltiplas camadas de segurança, incluindo controlos biométricos, sistemas de vigilância com vídeo e sensores de movimento, etc. Existem inclusive a título experimental datacenters submersos no oceano.

Os dados que colocamos nestes datacenters são encriptados quer em transito ou quando armazenados. Para além da encriptação a Microsoft assegura uma série de controlos lógicos adicionais tais como:

  • Análise de vulnerabilidades a partir do perímetro;
  • Patching de segurança regular;
  • Network-level DDOS (distributed denial-of-service) deteção e prevenção;
  • Autenticação Multi-fator para acessos de serviço.

A operar a segurança a Microsoft tem cerca de 3500 especialistas dedicados a proteger os clientes que com a ajuda de inteligência artifical analisam, detetam e respondem a ameaças.

Esta segurança não intrusiva e invisível, está assegurada pela Microsoft “by default” e ao mais alto nível para garantir níveis de serviço e compliance com as mais exigentes indústrias.

Estas medidas revelam-se, no entanto, insuficientes para garantir que os seus dados estão protegidos quando utilizados indevidamente pela via aplicacional:

  • Partilha externa descuidada no ondrive, SharePoint ou e-mail;
  • Ações abusivas de um colaborador, parceiro ou até administrador de sistema;
  • Identidade comprometida num ataque de phishing.

Então a Microsoft não assegura esta proteção? Tenho ouvido falar que sim!

É verdade que a Microsoft disponibiliza um conjunto alargado de soluções de segurança avançadas para nos proteger de cenários de identidades comprometidas. de abuso no uso interno e de controlo na divulgação de informação sensível. Estas soluções são entregues como “produto”, com mais ou menos funcionalidades consoante o plano subscrito e com gestão direta pelo cliente.

E porque cada caso é um caso e estamos a falar de tecnologias de algum modo intrusivas e que podem causar alguns entraves na operação diária da organização, os “defaults” são muito ligeiros no que a segurança diz respeito. O que tudo isto configura, é um ambiente onde a segurança é encarada em múltiplas camadas e onde de facto o cliente é o principal responsável pela segurança do seus dados.

Assim, há que fazer uma análise de risco, explorar as opções disponíveis nos diversos planos e pedir ajuda a um especialista para as implementar. É no entanto preciso cuidado, pois na nossa experiência a dificuldade em avaliar o impacto e definir exceções, leva por vezes a impasses que bloqueiam a implementação das soluções.

O que pode funcionar bem e acelerar o processo é a adoção de uma configuração “leve”, pouco ambiciosa, definida como baseline e que eleve logo à partida a segurança, protegendo a organização para a grande maioria das vulnerabilidades sem ser demasiado intrusiva ou colocando obstáculos à produtividade.

Esta baseline pode ser implementada rapidamente e incluir a ativação e configuração de funcionalidades como:

  • Autenticação Multi Factor
  • Acesso condicional
  • Desativação de protocolos legacy
  • Unified labelling / AIP
  • Message encryption
  • DLP
  • Intune
  • Office 365 Cloud App Security e Alertas
  • Office 365 auditing
  • Office 365 ATP

Conforme vamos avançando nas configurações a Microsoft ajuda-nos a avaliar o nível de segurança da organização com uma ferramenta de monitorização, o “secure score” (https://security.microsoft.com/securescore), que não sendo para “levar à letra” acaba por fornecer excelentes indicadores e também ajudar na orientação do que fazer a seguir.

Em resumo, no fim da linha é a organização a responsável pela segurança. Investigue, peça ajuda e avance o mais cedo possível com uma baseline. Lembre-se também que é vital sensibilizar e treinar os colaboradores da empresa.

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