Preciso ou não preciso de um departamento de TI?

Publicado a 6/30/2020 por Knowledge Inside em Opiniao
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Num mundo tecnologicamente complexo em que vivemos esta é uma questão legítima e uma discussão cada vez mais natural no seio das PME. Este artigo dirige-se todos aos gestores ou donos de pequenos e médios negócios que naturalmente já questionaram se a sua empresa precisa ou não de um departamento de TI.

Primeiro que tudo teremos de avaliar qual a natureza do negócio e se a empresa é maioritariamente consumidora de tecnologia ou se, por outro lado, o seu negócio é tecnológico de base.

Se na estratégia da organização a tecnologia tem impacto direto no valor do negócio, como por exemplo a disponibilização de uma aplicação de telemóvel, um portal de comércio eletrónico ou outro tipo de tecnologia sobre a qual o negócio assenta, mesmo que se subcontrate o desenvolvimento, monitorização e operação deverá existir um departamento de TI que dialoga em linha direta com a gestão de topo e que participa na estratégia e na criação de valor. Será um departamento que assegura a inovação e a continuidade do negócio independentemente das subcontratadas. Afinal se o meu fator diferenciador está na tecnologia que coloco à disposição dos meus clientes, este capital intelectual tem de ser gerido, mantido e atualizado de acordo com a evolução do negócio. Neste contexto estão muitas startups, que disponibilizam serviços de forma totalmente digital.

Se, por outro lado o negócio é mais convencional, não assenta em propriedade intelectual digital própria, a natureza da utilização de tecnologia é sobretudo para consumo interno com o objetivo de garantir que o trabalho é feito (“Get the job done”) e a empresa opera recorrendo a plataformas de produtividade comerciais como o Microsoft Office, um ERP e outras aplicações comerciais específicas para o seu negócio, então provavelmente não precisará de um departamento de TI.

Da minha experiência, o grau de probabilidade de não necessitar de um departamento de TI ainda é mais elevado se a empresa, enquadrada no perfil acima descrito, for uma PME com até 100 funcionários a operar no setor terciário ou no retalho.

No fundo a questão até acaba por ser a mesma para ambos os perfis de empresa descritos. A democratização de conceitos como o TI como um serviço e a Cloud, trazem para o mundo da PME um modelo de entrega de TI com mais qualidade, mais moderno, inovador e sobretudo mais barato. O clássico departamento de TI, que administra sistemas, formata computadores e desbloqueia impressoras já não tem lugar numa PME que se permita à transformação digital.

Por analogia, não possuímos um gerador de eletricidade no escritório, nem um departamento e técnicos para o manter, recorremos sim a um fornecedor de eletricidade que nos entrega o serviço com uma qualidade superior e a um custo mais baixo. Apenas nos preocupamos em consumir energia, pagando apenas aquilo que consumimos.

Sintetizando, determine qual o papel que o departamento de TI desempenha ou irá desempenhar na empresa:

A. Criação de valor e trabalhar maioritariamente e diretamente “para o negócio”? O departamento de TI será um valioso ativo e então certamente indispensável.

B. Manutenção, operação e suporte com o objetivo de assegurar que “o trabalho é feito”? O departamento poderá ser um custo com tendência a manter a empresa refém dele próprio. Neste caso liberte-se dele!

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