Backup ou Replicação, preciso das duas?

Publicado a 6/30/2014 por Knowledge Inside em Opiniao
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Inquestionável, a importância de um bom plano de backup para proteger a informação relevante para o negócio de uma organização. Todos conhecemos histórias terríveis em que após um acidente, avaria ou erro humano foram perdidos dados causando danos irreparáveis para as empresas em causa.

É por esta razão essencial que, por mais pequeno que seja o negócio, exista um plano de backup e o teste regular do mesmo. Sim teste, pois também não são poucos os relatos de casos em que supostamente existem backups, mas na hora “H” verifica-se que não estão funcionais ou não protegem a informação necessária.

O impulso que a virtualização deu aos sistemas de informação nos últimos anos, veio também alterar o paradigma da proteção da informação. Agora existem soluções de replicação acessíveis a qualquer empresa para além do backup clássico. Estas soluções, quando comparadas com o tradicional backup para tape, para além de mais simples de gerir, permitem, mesmo após a destruição total do local onde estava a informação, minimizar drasticamente os dados perdidos (RPO), colocando-nos de volta ao ativo em poucas horas (RTO).

Para além da eficiência, em alguns casos, estas soluções de replicação vêm embutidas na solução de virtualização ou de armazenamento que adquirimos, como por exemplo, o Hyper-V Replica da Microsoft, o Vmware vSphere replication ou o NetApp SnapMirror.

Quer isto dizer que podemos abdicar da solução clássica de backup em prol de uma mais eficiente solução de replicação?

Para responder a esta questão devemos analisar as características de cada uma destas soluções:

Uma solução clássica de Backup, funciona criando múltiplas cópias periódicas da informação para um dispositivo externo. Por exemplo, podemos diariamente copiar a informação para uma drive externa, uma NAS ou tape. Após a cópia a informação é protegida contra escrita e normalmente movida para fora das instalações. É comum a implementação de esquemas de rotação das drives ou tapes que permitem reter informação semanalmente, mensalmente e anualmente, funcionando com um arquivo de forma a ser possível recuperar informação antiga, tal como um ficheiro eliminado há vários meses ou anos.

Uma solução de Replicação funciona criando uma réplica contínua (síncrona) ou “quase contínua” (assíncrona) para um local diferente da origem dos dados, podendo esse local ser no mesmo edifício ou a vários quilómetros de distância. A réplica no destino está constantemente a ser escrita, espelhando as alterações na origem. Este tipo de réplica possibilita no caso de um desastre ou avaria de hardware, em muito pouco tempo, voltar ao ativo perdendo muito pouca ou nenhuma informação. Na sua maioria, estes sistemas permitem também criar pontos de restauro, de forma a possibilitar a seleção de várias versões da informação das últimas horas ou dias. Estes pontos de restauro são “snapshots” da réplica original e dependem exclusivamente da existência da mesma. Na realidade apenas existe uma cópia da informação.

Em resumo:

● O Backup pode funcionar como um arquivo, viabilizando a recuperação de informação antiga.
● O Backup na sua natureza é read only, não sendo afetado por qualquer problema, físico ou lógico, nos sistemas
originais. O tempo para restaurar a informação pode ser alto.
● A Replicação possibilita a recuperação rápida de dados recentes.
● Replicação permite a recuperação de um desastre grave ou avaria, num curto espaço de tempo. Se o problema for
lógico (dados apagados ou corrompidos), a replicação pode não ser solução pois irá espelhar o problema na cópia.

Assim, para uma efetiva política de proteção de dados e continuidade do negócio a melhor opção é recorrer a ambas as soluções.

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